Entrevista exclusiva à Garçon Magazine
Exclusivo
– Lara Fabian: “Eu estou feliz por ser a mulher que eu sou hoje”
Ela faz seu grande retorno dois anos após o
lançamento do seu ultimo álbum Ma vie dans la tienne, vinte anos depois do
começo de sua história de amor com o público francês. Dessa vez a cantora de 47
anos, com mais de 20 milhões de discos vendidos, parte pra conquistar o mundo
com seu novo álbum todo em inglês Camouflage. Mais liberto e sereno do que nunca,
a artista nunca deixa de surpreender e de ousar. Temos, para nosso grande
prazer um reencontro com uma mulher solar.
Por: Grégory Ardois-Remaud
Lara,
você volta no mês de outubro com o seu quinto álbum internacional, o primeiro
álbum original em inglês depois de 13 anos. Porque uma espera desse tamanho?
Faz realmente muito tempo. Mesmo que eu tenha
interpretado diversas canções em outras línguas no curso desses últimos anos e
tendo várias canções originais em inglês, Mademoiselle Hyde (do álbum Mademoiselle
Zhivago que estourou no leste europeu), por exemplo, eu não estava pronta para
um álbum completo em inglês. Com os encontros e mudanças recentes no meu
circulo profissional, eu tive vontade de voltar com um projeto musical em
inglês. Camouflage é o resultado.
Com
o distanciamento, qual o olhar que você tem sobre suas experiências anteriores
no mundo anglofono? Um fracasso?
Uma música como I Will love again no top do
Billboard Dance Charts (Top 50 Dance USA) durante semanas, ou Barbra Streisand
que liga pra você pra pedir pra reprisar uma música como Broken Vow, ou
Spielberg que pede pra você interpretar For Always para a trilha sonora de A.I
– Inteligência artificial, trabalhando com uma lenda como John Williams
(compositor de trilhas originais para Star Wars ou Harry Potter), diversos
shows depois de vários anos nos EUA e em vários países com esse repertório em
inglês... Fracassos como esses aí então eu quero...
Esse
álbum se chama Camouflage. Não é um titulo estranho para a autora, a compositora
que você é, que sempre teve o coração aberto para compartilhar suas alegrias e
suas feridas mais intimas?
Esse titulo, é também o titulo de uma das canções do
álbum e fala justamente desse tema...
Como
você definiria esse álbum?
Um álbum cheio de cores diferentes, um som pop,
feito na Suécia, talvez inesperado para muitos dos meus fãs, eles que estão
acostumados a me ouvir em um registro mais “música francesa” ou “balada
clássica”. Ao mesmo tempo é um álbum que está na continuidade lógica dos meus álbuns
anteriores em inglês que também refletiam o som de sua época. As letras foram
escritas em colaboração com Sharon Vaughn que é uma lenda da música americana.
A
cada lançamento de cd, nos temos a sensação de descobrir uma mulher sempre mais
a vontade, sempre mais serena. Qual é o seu segredo, a sua receita de
felicidade?
Cada um tem sua própria receita. Pra mim a felicidade
passa por uma tomada de consciência sobre as verdadeiras prioridades na vida.
Saber as coisas que contam realmente e aquelas que não tem importância;
Aproveitar cada instante na vida. Ser grato, e antes de tudo ser e não parecer
ou ter. E se cercar de pessoas que a gente ama e que nos ama. O resto é ilusão.
Simplesmente,
você está feliz hoje?
Simplesmente, sim. (Sorri)
Desde
a música La Différence há vinte anos, você regularmente interviu pra defender
os direitos LGBT (Deux ils, deux elles em 2012, a sublime foto de Oliver Ciappa
com Eva Longoria, você participou inclusive da Fierté Montreal ano passado) O
que explica o seu interesse em defender os direitos LGBT?
Meu engajamento sobre os direitos LGBT vem de um
senso de justiça que eu tenho desde a minha infância. Igualdade de direitos é
algo que é inegociável, é um direito humano. Além dos direitos legais, o
respeito à homens e mulheres independente de sua identidade sexual, racial ou a
sua crença, é indiscutível. Eu não sou militante de outra causa se não a dos
direitos humanos, e da causa do amor. Eu estou feliz de ver o progresso no que
concerne aos direitos legais da comunidade LGBT na França, Alemanha e outros
lugares, mas ainda resta um longo caminho à percorrer.
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